Desde a transferência em 1999, Pequim tem utilizado estrategicamente a herança portuguesa de Macau e a próspera economia local para desenvolver relações mais estreitas com os países lusófonos. Entre estas nações, o Brasil destaca-se como potência emergente e como o mais importante parceiro comercial da China na América Latina. No entanto, é crucial reconhecer que Macau não é apenas uma entidade passiva nesta dinâmica. Enquanto Região Administrativa Especial (RAE), Macau possui uma “actividade” distinta, habilitada pela sua Lei Básica a envolver-se autonomamente em assuntos externos relevantes. Este estudo visa dissecar e compreender o papel de Macau na evolução das relações China-Brasil ao longo de vinte e cinco anos. Para o conseguir, empregarei métodos de investigação qualitativos, principalmente consulta de arquivos online e análise de documentos oficiais, artigos dos media locais e literatura académica. Aplicando estruturas de soft power e paradiplomacia, explorarei a forma como a China utiliza Macau como instrumento de atracção nas suas relações com o Brasil. Além disso, examinarei os esforços de Macau para se estabelecer como um actor paradiplomático crítico nestas interacções. Por último, aprofundarei as reacções do Brasil aos esforços da China e de Macau para reforçar os seus laços com o país e como estas respostas moldaram as suas relações triangulares.