Este artigo utiliza a teoria neogramsciana das relações internacionais para discutir como a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) pode ser entendida como uma tentativa de transnacionalização do bloco histórico contra-hegemónico de forças sociais que se originou com a Revolução Bolivariana na Venezuela. A Revolução Bolivariana inaugurou uma Constituição Nacional que procurou dar um papel central à sociedade civil e aos movimentos sociais na vida política, emancipando pessoas não representadas, como as comunidades indígenas. A ALBA consiste numa tentativa de transnacionalizar este movimento, fornecendo um modelo de regionalização para a América Latina que constitui uma alternativa à abordagem neoliberal incorporada em outras iniciativas de regionalização, como a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). No entanto, o artigo argumenta que o sucesso da ALBA como veículo para a transnacionalização de um movimento contra-hegemónico na América Latina foi severamente comprometido pelas tensões e contradições emergentes dentro do bloco histórico da Revolução Bolivariana, nomeadamente entre os movimentos sociais e os governos centrais dos países membros da ALBA. Estas contradições tornam-se particularmente evidentes quando se analisam as lutas dos movimentos sociais sobre os impactos ambientais de projectos de infra-estrutura promovidos por estes governos como parte da sua estratégia nacional e regional de desenvolvimento económico e redução da pobreza.
LOSS OF A COMMON HORIZON: ALBA AND THE CONTRADICTIONS OF THE BOLIVARIAN REVOLUTION
https://doi.org/10.26619/1647-7251.15.1.11
TERESA BAIÃO, ANDRÉ SARAMAGO
Resumo
Palavras-chave
ALBA, Revolução Bolivariana, movimentos sociais, hegemonia, contra-hegemonia, ambiente e desenvolvimento
Artigo publicado em 2024-05-27