A criação de uma política pública nacional abrangente para a internacionalização do ensino superior no Brasil tem sido identificada como uma prioridade urgente e indispensável. O Brasil continua a enfrentar desafios no seu planeamento estratégico destinado a reforçar a integração internacional no setor do ensino superior, sobretudo no que respeita à promoção eficaz das suas universidades no cenário global. Este estudo pretende sublinhar a importância da implementação de uma política nacional de internacionalização ajustada às universidades brasileiras, baseada numa compreensão aprofundada das dinâmicas e características atuais do processo de internacionalização no país. Para alcançar este objetivo, o estudo analisa inicialmente as estruturas organizacionais dos principais órgãos governamentais, bem como as suas respetivas iniciativas e programas relacionados com a internacionalização. Posteriormente, estes elementos são objeto de análise crítica em relação aos processos de gestão da internacionalização nas Instituições de Ensino Superior (IES), avaliando os seus benefícios e limitações. Através desta análise, identificam-se os principais desafios que se colocam ao desenvolvimento de uma política nacional coesa para a internacionalização. Do ponto de vista metodológico, esta investigação adota uma abordagem qualitativa, recorrendo à análise bibliográfica e documental. Os resultados evidenciam que, embora o governo brasileiro desempenhe um papel relevante na internacionalização do ensino superior, a sua ação tem sido frequentemente fragmentada entre diferentes órgãos. Esta falta de coordenação tem provocado tanto ganhos como prejuízos para os esforços de internacionalização das IES brasileiras e para o país em geral. Com base nestes resultados, o estudo recomenda o fortalecimento da colaboração entre o governo e as IES na formulação de estratégias nacionais, bem como a promoção de uma compreensão mais clara das capacidades, ambições e potencialidades do Brasil no contexto da internacionalização.