Este artigo examina a estratégia ambiental europeia e, em especial, a natureza de uma cidadania ecológica europeia. Argumenta-se que a estratégia ambiental europeia, apesar da sua importância, baseia-se sobretudo num modelo de gestão da natureza, atribuindo ao cidadão um papel central nesta gestão. O atual quadro jurídico-político não demonstra um novo paradigma de “consciência planetária” capaz de garantir uma verdadeira mudança. O argumento está estruturado em quatro partes: em primeiro lugar, examinam-se os conceitos do Antropoceno, Capitaloceno e o paradigma da Aritmética Verde, dando ênfase ao quadro da estratégia ambiental europeia e o papel do cidadão europeu na mesma. Seguidamente, observam-se os esforços, e pressupostos subjacentes, para “salvar o planeta” a nível internacional e europeu em busca de evidências de uma “consciência planetária”. Na terceira parte, utiliza -se a leitura particular do quadro jurídico-político europeu, em especial do Pacto Ecológico Europeu, efetuando uma análise critica do papel do cidadão como força matriz desta mudança. Por fim, sintetizamos as principais conclusões e refletimos sobre a resposta da UE ao desafio climático, à luz das tendências identificadas e da urgência de encontrar um novo paradigma apto para a verdadeira mudança de pensamento. Este artigo contribui teoricamente ao interpretar a estratégia europeia, e em particular a cidadania ecológica europeia através do modelo de Aritmética Verde, e de gestão neoliberal. Igualmente, contribui empiricamente ao destacar a forma como a cidadania europeia é entendida nos termos do Pacto Ecológico Europeu..
ESTRATÉGIA EUROPEIA EM BUSCA DE UMA “CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA”: UMA CIDADANIA ECOLÓGICA PARA ALÉM DA ARITMÉTICA VERDE?
https://doi.org/10.26619/1647-7251.15.2.4
EVANTHIA BALLA
Resumo
Palavras-chave
Pacto Ecológico Europeu (PEE), Cidadania ecológica europeia, consciência planetária, aritmética verde, gestão neoliberal
Artigo publicado em 2024-11-27