BRAZIL-CHINA BILATERAL LINK DURING THE 21ST CENTURY: BUSINESS AS USUAL

https://doi.org/10.26619/1647-7251.DT0324.9
NATALIA CEPPI, GISELA PEREYRA DOVAL

Resumo

Ao longo de 50 anos de relações bilaterais, o vínculo entre o Brasil e a China foi-se construindo de forma lenta, mas constante, atingindo um dinamismo invulgar no século XXI. Este foi o resultado de políticas de Estado, que encontraram no seu homólogo terreno fértil para o florescimento da sua própria política externa, bem como uma importante complementaridade económica e comercial. Por esta razão, o objectivo deste artigo é examinar a ascensão da China na agenda externa do Brasil ao longo deste século, prestando especial atenção aos interesses comerciais existentes, particularmente no sector energético. A penetração chinesa desde 2000 manteve a continuidade e o dinamismo, independentemente das reviravoltas ideológicas, uma vez que o comércio e os negócios energéticos se tornaram a sua espinha dorsal. Enquanto os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), levaram as dimensões política e económica da diplomacia em relação à China no mesmo caminho, a administração de Bolsonaro dissociou essas dimensões, embora tenha tido de relegar a sua “batalha cultural anticomunista” face ao estatuto da China como principal parceiro económico e o exuberante portefólio de investimentos em energias renováveis e não renováveis. Com um desenho metodológico qualitativo, este artigo apresenta duas secções: a primeira inicia-se com a declaração do vínculo bilateral como parceria estratégica e passa pelos governos do Partido dos Trabalhadores (PT); a segunda centra-se no período pós-impeachment e sustenta a aliança apesar dos discursos de Jair Bolsonaro contra o ‘comunismo’ chinês. Os resultados são claros: a relação entre o Brasil e a China ao longo deste século é inédita no panorama regional e altamente singular. Cada país vê no outro um parceiro de primeira ordem para satisfazer um conjunto de interesses que, por vezes, correm paralelamente às dimensões política e comercial e, outras vezes, são dissociados, prevalecendo sobretudo um deles: o económico. Por isso, os curtos-circuitos que existiram durante o mandato de Bolsonaro não desviaram a relação do seu rumo habitual.

Palavras-chave

China, Brasil, Setor Energético, Agenda Externa, Mudanças Ideológicas
Artigo publicado em 2024-12-17

JANUS.NET

e-ISSN: 1647-7251

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Portugal

Periodicidade: semestral
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