A viragem no conflito do Nagorno-Karabakh entre a Arménia e o Azerbaijão, em setembro de 2023, permitiu desvendar o cruzamento de diversos interesses estratégicos de potências regionais e não-regionais no Cáucaso do Sul. A vitória militar e política do Azerbaijão deve, contudo, ser enquadrada num jogo de alianças mais amplo e complexo envolvendo grandes potências, como os EUA, a Rússia, Israel e a União Europeia, e potências regionais, nomeadamente a Turquia e o Irão. O artigo tem por objetivo elucidar as mudanças do contexto geopolítico que levaram à vitória do Azerbaijão em setembro de 2023. Ao longo do artigo, demonstra-se que a inversão relativamente a 1994 se processa devido a mudanças nos apoios de ambos os lados. Por um lado, a Arménia perdeu o garante da sua segurança: a Rússia, confrontando-se com a necessidade de procurar apoio no Ocidente e no Irão. Por outro lado, o Azerbaijão reforçou o apoio fundamental dos seus dois aliados: a Turquia e Israel.
A CRISE NO NAGORNO-KARABAKH: UM JOGO GEOPOLÍTICO COMPLEXO
https://doi.org/10.26619/1647-7251.15.2.12
SANDRA FERNANDES, MÁRIO GODINHO DE MATOS
Resumo
Palavras-chave
Nagorno-Karabakh, Arménia, Azerbaijão, Cáucaso do Sul, Geopolítica
Artigo publicado em 2024-11-27