A posição do Brasil em relação à guerra na Ucrânia tem sido alvo de duras críticas. Na verdade, pelo facto de não ter imposto sanções e devido aos seus estreitos laços políticos com a Rússia, alguns percebem que o Brasil priorizou suas alianças em detrimento de estabelecer condições de paz na região. No entanto, o presidente brasileiro, Lula da Silva, tem afirmado repetidamente que se esforça para promover a paz na Ucrânia. Os seus discursos exemplificam a estratégia do Brasil de ser um Estado que faz o bem, para capitalizar o seu estatuto internacional. Aplicando a “teoria da identidade social” e analisando os discursos oficiais e as publicações nos meios de comunicação de massa, este estudo concluiu que o Brasil tentou capitalizar o seu estatuto internacional utilizando uma estratégia de “criatividade”. Essa estratégia prometia retratar o Brasil como um promotor da paz. Contudo, esta estratégia falhou devido à proximidade do Brasil com a Rússia. Paradoxalmente, esta proximidade com a Rússia também acontece devido à necessidade de capitalizar o seu estatuto internacional. Sendo um fórum onde o Brasil mantém contatos estreitos com a China e outras potências, o BRICS funciona como um espaço fundamental para o Brasil adquirir reconhecimento internacional. Assim, este texto sugere que o Brasil esteja a enfrentar um dilema de estatuto: capitalizar sua imagem dentro dos BRICS ou manter uma imagem de Estado “que faz o bem”.
A BRAZILIAN STATUS DILEMMA IN THE UKRAINE WAR? BETWEEN BEING A ‘DO-GOOD’ STATE AND A BRICS MEMBER
https://doi.org/10.26619/1647-7251.DT0324.8
LUIS GOUVEIA JUNIOR
Resumo
Palavras-chave
Brasil, Estatuto Internacional, Guerra Ucrânia, BRICS, Teoria da Identidade Social
Artigo publicado em 2024-12-17