Este artigo analisa a utilização estratégica que a China faz da sua crescente indústria desportiva, especificamente do futebol, como meio de influência global e as implicações desta abordagem. O estudo baseia-se numa análise de documentos políticos, literatura académica e exemplos empíricos para explorar a evolução da diplomacia desportiva da China e o papel do futebol neste contexto. A investigação elucida como a liderança da China orquestrou políticas para transformar a nação de anfitriã de eventos desportivos numa potência global. As iniciativas do governo sublinham esta ambição, integrando a Belt And Road Initiative (BRI), ou Iniciativa Faixa e Rota, com a diplomacia desportiva, amplificando ainda mais o soft power da China. O conceito de guanxi, profundamente enraizado na sociedade chinesa, influencia as relações comerciais, tendo impacto também na diplomacia desportiva. O estudo retrata as aquisições de clubes de futebol europeus por parte da China como emblemáticas de uma estratégia multifacetada que combina influência cultural e económica. As mudanças nas políticas de investimento estrangeiro e no apoio estatal influenciaram a trajetória dos investimentos chineses em clubes de futebol estrangeiros. Esta investigação contribui para a compreensão de como a China aproveita a sua indústria desportiva para obter influência global e a complexa interação entre política, economia, cultura e diplomacia. A análise ressalta a adaptação de conceitos consagrados como o guanxi na diplomacia desportiva. Ele esclarece a evolução da China, desde a organização de eventos desportivos até a definição ativa da diplomacia desportiva global. O estudo sublinha ainda as implicações mais amplas da abordagem da China e a transformação do futebol como uma ferramenta de soft power. À medida que a China redefine o seu papel na arena desportiva global, esta investigação oferece perspetivas sobre a evolução das suas estratégias e as implicações multifacetadas para o desporto internacional e as relações diplomáticas.